por Viviane Cabrera
O despertar da manhã com aroma de café.
A limpeza espiritual de um banho demorado.
O ruído estrondoso do sinal da escola.
Pessoas menos esclarecidas que eu na classe.
O lápis que parece ter vida própria.
O livro revoltado com a ingratidão.
A borracha exausta por dar sumiço em meus erros.
O caderno cheio de palavras sem objetivos.
O tempo deixa a desejar.
Já é hora de retornar à casa materna.
Telefonemas e papos-furados.
E eu a esperar por aquilo que nem sei se acontecerá.
O manto da noite toma conta do céu.
O brilho das estrelas ilumina meus pensamentos.
Refletir, para filosofar, para progredir.
Nada melhor que viver um dia de cada vez...
Desperto em uma nova manhã.
O aroma já não é o mesmo.
Meu espírito já não é tão puro.
Não há mais sinal nem escola..
Lápis e livro, borracha e caderno, não correspondem mais às minhas expectativas.
O tempo parou e não retorno mais à casa materna.
Telefonemas, já não os tenho e não espero mais.
Em meus dias só há noites escuras e caladas.
Já não reflito ou progrido: ESTOU MORTA...
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