Literária sempre. Monótona, jamais.

Devaneios de um protótipo humano na infoesfera.

sábado, 22 de dezembro de 2012

O Poeta É Quem Sabe

Por: Viviane Cabrera 




Não quero mais saber de psicólogos, cartomantes, astrólogos, padres, videntes, pastores ou quem quer que seja para discutir questões existenciais. Depois do dia em que desabafei com um amigo poeta, percebi que só um profundo conhecedor da alma humana e das intempéries da vida pode, de fato, jogar luz no ponto certo.

Trata-se de uma pessoa simples que gosta de palavras soltas, libertas para que tenham espaço para significar o que quiserem sem amarras às conveniências, aos relógios tique-taqueando escravidão cotidiana. Iluminado por natureza, possui ele uma sensibilidade acima do normal, um riso de criança guardado no peito e intenso amor por amar. São olhos de lince que se lançam sobre determinado aspecto, pessoa ou objeto, dissecando-os. 

Com uma técnica infalível consegue retirar farpas antigas de feridas abertas e limpá-las com suas lágrimas de compaixão. Em seguida, envolve as chagas com o bálsamo de seus sábios conselhos. 

Sacerdote de uma gaia ciência, sabe fazer com que seus dizeres atinjam a nós - meros mortais - bem como a lua atingiu Drummond em seu Poema de Sete Faces. É que nos coloca comovidos como o diabo, sentindo-se à flor da pele.

Em contrapartida, essa criatura mista de céus e infernos apazigua motins que temos internamente com seus dogmas, axiomas  literários e construções de raciocínios cimentados pelo amor à humanidade que ultrapassa até mesmo seu próprio peito e expande-se no universo. Mais do que simples palavras, o poeta nos toca é com a alma e com a volúpia que o impele a crer na vida.

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