Literária sempre. Monótona, jamais.

Devaneios de um protótipo humano na infoesfera.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Cá Dentro


Por: Viviane Cabrera

Dentro de mim, um mundo de possibilidades
embarreiradas por conveniências e vaidades,
em um universo de situações tresloucadas,
sob um sol de coisas diversas e desvairadas.

Enquanto lá fora tudo necessita de controle,
mergulho em um só gole
do cálice turvo do vinho inebriante
que me mantêm cativa de uma liberdade incessante.

Liberdade essa que tenho de criar,
coisa própria de quem vive a sonhar.
Nesse faz-de-conta, perco-me em pensamentos, 
tropeço em devaneios e momentos.

No entanto, vou em frente pois não sei parar.
A cada passo, sinto o vento nos cabelos e o mar
a me dizer que estou no rumo certo
abandonando tudo o que julgava floresta, mas era deserto.

A existência pode ser leve
e o que ela proporciona é muito breve,
 só que o peso de tudo que implica vida, não.
Esse é o motivo da minha constante aflição.

Quero expandir-me em outras tantas
que já não saberia mais quantas
seria eu em meio a tudo,
revelando-me sob a forma de um amor pela vida crônico e agudo.

Na lágrima que escorre
deixo claro que algo morre.
Profundo, denso. Esse turbilhão cá dentro instalado,
há de ser meu castigo deliberado.







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