Literária sempre. Monótona, jamais.

Devaneios de um protótipo humano na infoesfera.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Caixa de Pandora




Por: Viviane Cabrera
 
 
 
 
 
 
 
 
Não acredito mais facilmente. Foi-se a época em que a ingenuidade permitia invasões ao meu espaço. Agora, não mais. Hoje o ceticismo agudo que me arrebatou, leva a razão a desconfiar de tudo e todos. Inclusive de mim. Talvez seja paranóia. Ou talvez não.
 
Quase que num exercício metodológico, observo atentamente cada movimento alheio a analisar, passo a passo, para não ter nenhuma surpresa à frente. E não há palavras doces ou qualquer outra coisa que sirva para subornar meu bom senso. Ando sempre com um pé atrás que é para garantir.

Acho que sou como aquela caixa que Pandora levou a Prometeu. Tem muita coisa confusa e caótica que não dá para explicar. Uma dessas coisas é que por mais que tente, não consigo compreender alguns porquês existenciais. Mas, quem sabe, resida no mistério a beleza da vida. Só sei que enquanto para uns a vida é de flores, sigo com os pés nus e faço dos espinhos meu asfalto.

Irônico é que tenho fé. E muita fé. A esperança latente me faz ainda crer, lá no fundo, que o negócio é rir, mesmo. Além de exercitar a musculatura da face, coisa que de certa forma pode retardar o envelhecimento, é gostoso demais para a alma. Rir engrandece a criança que há dentro de nós.
 
 

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