Literária sempre. Monótona, jamais.

Devaneios de um protótipo humano na infoesfera.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Crônica do Cotidiano

Por: Viviane Cabrera




Começa a semana. Todos os compromissos e rotinas insistem em reaparecer de forma a aprisionar àquela que anseia por sua liberdade. Ela se debate, pragueja, reclama. Mas não tem força o suficiente para se desvencilhar de tais grilhões. É até irônico pensar que depende deles para chegar aonde quer.
Agarrada involuntariamente à robotização, segue por ruas e becos imaginando como seria ter uma vida longe de tudo que a faz se sentir mal. Apenas um momento em que pudesse dizer não bastaria para iniciar-se uma revolução - ao estilo avassalador, que o mundo árabe conhece bem. No entanto, um não sei quê de Macabéa incorporou naquela garota de sonhos complexos e desejos insaciáveis.
A todo instante que se julgava errada perante os outros, insistia em pedir perdão e até clemência. Mesmo quando nem teria culpa. Porém, o fato de estar sendo desculpada por alguém aliviava o peso daquela existência demasiadamente fatigante. As desculpas aceitas eram suas aspirinas.
Mais do que um remédio, o que necessitava era um caminho que a levasse para longe de tudo aquilo que a perturbava. Todavia, era necessário driblar os obstáculos que se apresentavam sempre a frente de cada vereda. Teria ela ainda fôlego para superar isso tudo?
Já não sabia. Somente seguia retamente na esperança de chegar no ponto onde pudesse dar a partida e dirigir a vida de seu jeito. Um jeito um tanto singular, mas era assim que queria. Resta apenas saber se terá pulso para manter sua escolha.

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