Literária sempre. Monótona, jamais.

Devaneios de um protótipo humano na infoesfera.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Avante


Por: Viviane Cabrera





Se disser que muito espero
posso até revelar algo que não quero,
só para satisfazer possíveis questões
de outras almas, de outros corações.
Verdade é que anseio mais paz
do que qualquer displicência audaz,
do que essa vida que me é tão estranha.
Ora desdobra-se em momentos bons e se assanha,
ora está em queda livre e faz estatelar-se no chão.
A malabarista tenta, então, sair dessa sem nenhum arranhão.

Essa estrada aí a frente
sem iluminação e sem gente
para que possa pedir qualquer orientação,
para que possa de alguma forma saber qual vai ser a direção
que vou tomar depois que ver o sol nascer;
está mais do que a me convencer.
Vai contra o fluxo do meu pensamento
tão cheio de rancores, virulento,
que abandono longe dessa estrada
que também é um pouco da minha alma apeada.

Mirando, ainda lá, no errante horizonte.
Olhos fixos. E o sol ainda ilumina minha fronte.
Adiante há uma cota de caminho
onde preciso calçar os pés para me proteger do espinho,
onde preciso ganhar fôlego, um lugar, um pouso,
algo fixo nesse mundo solto,
para mais tarde ir embora.
É uma tentativa de viver do presente, do agora
e se desfazer do passado.
Viver sem resquício do que foi devastado.
Largar mão, enfim, de um destino desgraçado.











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