Por Viviane Cabrera
De repente, começa: “Você é luz não no final do túnel, mas no começo de um caminho”. Enquanto sua boca deixa escapar sentenças palavrais, o coração pulsa em sobressaltos. Ainda mais quando recebe a resposta que também era ânimo novo no coração. “Não se preocupe com seu sentir, nem com o meu. Deixe a vida nos levar”, disse ele num tom malemolente.
O que foi dito, ecoou na alma daquela garota de olhar distante, nefelibata. Sentia paz tomar conta de si. Tanto se dava quando ou como tudo começou. Importava somente que o querer era recíproco e que o destino se constituiria de futuras escolhas.
Envolvida no aroma da fina flor da plenitude, seguia satisfeita pelo gostar. Contudo, após tanto falar, teve vontade do silêncio. Devia agora degustar o diálogo como quem o faz com o vinho: saborear todos os detalhes que lhe é permitido.
Pensava ao olhar o céu: "Um dia li que somos constituídos de estrela. Deve ser por isso, então, que ele brilha tanto diante de meus olhos".
E assim anoiteceu ela, vendo tornar possível o que julgava ser só para sonhar.